Projeto Terra – Emergência Planetária


Definições

“Projeto Terra”: expressão polivalente para evocar a “terra” como 1. foco de organização de uma nova economia; 2. planeta ou ecos (lar) comum; e 3. espírito de praticidade e de objetividade de ação.
“Emergência planetária”: expressão abrangente para evocar a situação emergencial, sob a geração de crise ambiental de âmbito planetário, sob esta chegada de milênio, e ao nível de: 1. Municípios; 2. Nações; e 3. Planeta. Cada uma destas esferas demandando a sua própria perspectiva de ação.

Propósitos

O “Projeto Terra – Emergência Planetária”, visa apontar caminhos e delinear passos a serem seguidos para atenuar a crise ambiental planetária em curso, e angariar soluções definitivas para diferentes esferas de organização humana sobre o planeta, a partir do foco dos próprios municípios mobilizados, preferencialmente através de redes micro-regionais, através de cidades e municípios que compartilham recursos naturais em comum.
Basicamente, o “Projeto Terra – Emergência Planetária”, se norteia pelo ideário e a informações arroladas pelo “Projeto-Exodus – um Mundo para Todos”, concebido a partir do ano de 2004 pelo filósofo brasileiro Luís A. W. Salvi. Contudo, o presente “Projeto Terra...” (2007) se insere num plano de ações mais localizadas, especialmente em municípios beneficiados pelo ICMS ecológico, outorgado a partir ano de 2008 para municípios que detém áreas especiais de preservação ambiental. Um primeiro laboratório disto está sendo proposto para a cidade de Alto Paraíso de Goiás e cercanias, podendo em seguida se estender a outras semelhantes desta região e de outras regiões do país.

PROPOSTAS

A Ecologia Humana: teoria & prática

Certas visões ambientalistas modernas de pendores pessimistas, tem colocado o ser humano como um agente quase crônico de desarmonia ambiental. Comumente, tais visões se norteiam pela idéia de evolução histórica linear, faltando-lhes, assim, a noção de circularidade que advém, especialmente, sob as crises periódicas que atravessa a humanidade, e esquecendo que aquele que destrói também pode reconstruir. Tal ceticismo deriva também do enfoque materialista da cultura universal, descurando a observação histórica da presença de intervenções providenciais também regulares, que dão novo rumo às coisas, fazendo da crise quase apenas um foco especial de observação para uma necessidade de renovação cultural em ampla escala.
A partir disto, trazem-se as seguintes propostas:

# a. Ambientalismo planetário

Qualquer idéia ou proposta, por melhor que seja, depende de se acatada pela população em geral. E para sermos realistas e práticos, como propõe ser o “Projeto Terra...”, tal coisa deve necessariamente passar pela linguagem e o entendimento popular, ultrapassando assim a esfera de entendimento das elites e mesmo os gabinetes oficiais.
A linguagem que o povo comum acata é, para além da saúde e da economia mesmas, a da espiritualidade, pois apenas isto dá um sentido à vida do homem simples. No caso, buscando-se um religare espiritual através da ecologia, como indica os nossos tempos ser necessário; como a milenar tradição universal tem demonstrado ser possível formular; e como tem sido apontado objetivamente, por exemplo, a partir da Baixa Renascença, através dos trabalhos de São Francisco de Assis. Naturalmente, uma renovação cultural de alcance, também demandará uma completa transformação espiritual da sociedade, face à oferta de valores renovados, mas que venha a acrescentar àquilo que já se tinha no plano religioso, e nunca para diminuir.
Assim, tudo inicia pelo próprio povo organizado e sensibilizado por suas lideranças populares, para alcançar as elites culturais e ato seguinte retornar às instâncias institucionais. Trata-se, numa palavra, da recolocação das bases sociais do Estado, voltadas neste caso para empreendimentos de interesses ambientalistas.
Somente isto, poderá permitir o ritmo emergencial das ações necessárias nesta direção e em diferentes esferas. E mesmo que crise venha, ela será recebida com um novo espírito e se estará preparado para aprender as lições necessárias.

# b. Evolução Sócio-Cultural

Conforme demonstra o “Calendário de Evolução Sócio-Regional Brasileira”, o Brasil se encontra sob um cronograma de evolução que aponta, na atualidade, para a organização de um terceiro momento sócio-cultural, também relacionada à organização da região Centro-Oeste (e seu foco na atual Capital Federal, Brasília), e pelo qual se tem buscado definir um novo extrato social, a saber, uma aristocracia cultural, caracterizada como é de praxe, pela valorização da estética, dos direitos sociais, e da proteção do meio-ambiente, dos recursos naturais e da soberania do país. Lembrando que o verdadeiro “aristocrata” é aquele que faz uso das coisas naturais, mas também as consagra ao Mais Alto, através de seus valores internos enobrecidos de comedimento, responsabilidade ambiental e compartilhar social.
Assim, caberá mobilizar todas as tendências concentradas em tornos destes interesses e concentrar esforços em favor da organização desta nova classe, focalizando também para isto, a região em vista, de modo a cumprir os planos tácitos e naturais de evolução e colocar bases para futuros desenvolvimentos. As dificuldades inerentes para levar adiante este processo, fazem parte de sua própria natureza, na medida em que se trata, nada mais e nada menos, de também colocar as bases dos valores heróicos e do espírito épico nacional. Somente sob este espírito, é possível vencer a crise desta hora, ou seja: de encontrar motivações para além da vida e da morte, que o guerreiro da paz encontra na eternidade do Amor universal, quer dizer, na iluminação do espírito, na eternidade da consciência, no amor perfeito das almas gêmeas, na perenidade da vida, na reencarnação, etc.

# c. A redistribuição demográfica

Neste quadro, urge efetuar uma redistribuição demográfica nacional, considerando o enorme desequilíbrio existente na ocupação do Brasil exterior e do Brasil interior, e também na correlação campo-cidade. A própria crise ambiental tende a levar as pessoas para os interiores e as regiões altas, cabendo, porém, se direcionar corretamente estes movimentos, para novas regiões e de maneira criativa. Assim, algumas pessoas serão trazidas, enquanto outras serão preparadas para recebê-las, num ciclo permanente.

C #1. Redefinição das correlações campo-cidade.

A cidade não deve ser apenas um pólo consumidor e nem o campo um pólo produtor. Deve haver vida própria e autonomia em ambos os sistemas, ainda que também devam estar necessariamente integrados harmoniosamente.
Para isto, deve haver equidade demográfica campo-cidade. Como também deve haver geração de cultura em ambos os pólos e intercâmbios culturais permanentes entre eles. Deve haver total e completa reciclagem dos resíduos, sejam domésticos ou industriais, assim como metas de contaminação Zero do meio-ambiente em curto prazo.
As pessoas serão motivadas a ir para a terra, não com a idéia de “produzir”, mas de lá viver, realizando para isto empreendimentos agrários de toda a natureza, com destaque para a agrofloresta, como uma questão emergencial contra a crise ambiental que já se agrava. Terão em vista que preparam o meio-ambiente para as gerações futuras, e que esta é a última oportunidade para gerar este investimento vital, sob pena de herdarmos apenas desertos para os que virão. Tenha-se como referência permanente, a delicada situação da floresta úmida, situada na mesma faixa de desertos ou de biomas semi-áridos, tendo por diferença unicamente a presença da água em abundância.

O sentido iniciático de Brasília


Brasília é muito importante por uma razão muito simples: é o centro político e social atual da nação, e ademais, um centro geográfico agarthino e interior, muito apropriado para um país continental como é o Brasil.
Brasília ostenta um conjunto de signos de grande interesse, não obstante a cidade poder ser ainda aprimorada e humanizada. Com suas “cidades satélites”, é uma típica “cidade solar”, com uma arquitetura central que se tornou praticamente canônica, à parte o seu urbanismo peculiar. O clima e a vegetação também chamam a atenção.
Ela é solar também, porque dentro do Calendário Cronocrator, foi fundada sob o signo de Leão. Na verdade, todas as Capitais foram fundadas sob os signos fixos, que são signos de síntese e de poder.
O Calendário Cronocrator trabalha com ciclos gerais de 800 anos (com uma extensão para mil anos); está baseado nas conjunções de Saturno e Júpiter, ditos “Senhores do Tempo” pelos Antigos, para os quais estes planetas regulam os ciclos das Civilizações.
O ciclo de 800 anos abrange a formação das quatro classes sociais, em sub-ciclos de 200 anos para cada classe. É exatamente no meio destes sub-ciclos, que ocorre a fundação das Capitais, sob marco dos Signos Fixos, considerados sagrados e querubínicos. No Brasil, as três Capitais sócio-regionais foram Salvador, Rio de Janeiro e Brasília, faltando uma Capital na Região Norte e, para coroar o quadro, ainda outra Capital no Sul.
Os signos Fixos têm relação com o aqui-e-agora –isto é, com a consciência em si-, porque eles estão no centro das tríades, dos quadrantes e dos Elementos zodiacais. E nada pode demonstrar melhor o espírito da realização de um ciclo, do que a constituição de uma nova Capital, símbolo das melhores aspirações daquele ciclo e foco para as transformações que se quer.
Para reforçar o tema, Brasília foi fundada no marco de um Signo Fixo, a 21 de Abril de 1960, abrindo o signo de Touro, portanto. Este signo foi o mesmo que deu abertura ao ciclo áryo, marcando especialmente as suas primeiras civilizações, como foi a do Egito, com sua arquitetura bela e solene, exata e pesada.
Contudo, a Nova Era Era é a de outro Signo Fixo: Aquário, o que dá leveza e intelectualidade às formas -e seguramente, existe muito simbolismo para explorar na arquitetura brasiliense. Porém, a nova raça em vista –Sexta raça-raiz- já não é “intelectual”, mas pós-mental, intuitiva, telúrica e até cósmica. A forma-em-cruz de Brasília, evoca a quarta humanidade que emerge, após a Lemuriana, a Atlante e a Ariana. E a sua forma de avião ou de pássaro (íbis, a fênix egípcia), remete ao elemento Ar de Aquário.

O “aqui-e-agora” da evolução

A importância de focalizar e investir na Capital atual, diz respeito a uma evolução em tempo real, daí o seu caráter iniciático. Alguns até podem ficar a sonhar com o passado ou com o futuro, porém somente no aqui-e-agora é que a realidade pode ser vivida, fomentada e construída, sobre as bases do passado e edificando o porvir. E no caso em questão, este momento tem muito a ver com a questão social. Embutido nesta idéia “social”, está a terceira classe tradicional que é a dos guerreiros, a aristocracia espiritual, ou Kshatrya na Índia, associada ao terceiro ashrama (etapa-de-vida) de Vanaprastha (instrutor espiritual) e à terceira iniciação, dita “solar”, concentrada nas sucessivas esferas de atividades mentais: concreta, abstrata e criativa, simbolizadas nas três formas de pronunciar a Palavra sagrada árya: AMEM, AUM e OM. Assim, a síntese que é Brasília já vela por um destino maior para a nação, de uma dimensão imaterial e humanista consagrando a matéria à alma, como se percebeu no contexto da sua criação ocorrida há meio século atrás, de teor socialista e revolucionário a ponto de haver incomodado os brios do império burguês que viu nos ousados movimentos da jovem nação, uma base inexorável de transformação cultural no Ocidente, como é realmente o destino de toda a grande nação.
A culpa das grandes mazelas da Nova Capital, é em grande parte desta herança política maldita de ditadura de “Guerra Fria”, e que somente a muito custo será erradicada, devendo na vedade ser depurada através dos esforços de uma nova geração, já com suas próprias características, destarte mais filosófica. Assim, aqueles que tomaram um caminho outsider naquele período, são os mesmos que preparam hoje a etapa regenerativa deste ciclo social.
Cabe aqui observar a natureza dos Signos de Fogo que embasam as etapas de 60 anos (como no Calendário chinês) de cada classe social:
1ª geração ........ Áries ........... militarismo: 1900-1960 = Jnana Ioga (conhecimento)
2ª geração ........ Leão ........... política: 1960-2020 = Raja Ioga (abstração)
3ª geração ........ Sagitário ..... filosofia: 2020-2080 = Agni Ioga (criatividade)
Aqui, os guerreiros abrem o caminho lutando, os políticos socializam a justiça, e sobre esta base os filósofos trazem a luz para todos. Espiritualmente falando, a informação traz a análise, a abstração faz a síntese, e a criatividade constrói a matese (realização). Este ciclo todo, também pode ser associado às etapas do Plano da Hierarquia de Preparação da Humanidade para a Nova Era.
Assim, nos achamos na atualidade na transição da segunda para a terceira geração, tocando, todavia, consertar o Estado e a sociedade através da filosofia, mais do que propriamente da política em si. A Democracia deve ser curada através dos movimentos-de-base, capaz de realizar uma supervisão popular do Estado e provê a equidade demográfica. Daí as propostas de êxodo urbano e interiorização territorial, para organizar socialmente as amplas regiões do Centro-Oeste, colocando também com isto as bases da futura etapa espiritual da nação, a ser sediada na Região Norte.
A atualidade de Brasília faz, portanto, toda a diferença, portanto, e deveria mobilizar os melhores esforços para o seu aprimoramento contínuo. De nada adianta se limitar a fazer críticas a respeito das deficiências da Capital, geralmente críticas maldosas, já que muita gente conservadora ou acomodada, e com pouca consciência da globalidade da nação, protestou e ainda protesta contra a nova Capital, como sempre aconteceu e acontecerá nestes casos.
Porém, aqueles que têm o dom da construção, que não querem se limitar a serem espectadores passivos da História, estes miram no foco da evolução e buscam fazer a sua parte. Esta é a sina dos verdadeiros iniciados.
A iniciação está comumente associada aos Signos Fixos e suas palavras-chaves, ou seja: Saber, Querer, Ousar e Calar. São estas virtudes que fomentam o dom da consciência. Tal coisa envolve ainda as disciplinas da Ciência, da Arte, da Sociologia e da Educação, e se relacionam ao regime da Sinarquia reunindo Palácio, Templo, Escola e Teatro.
É fato notório que Brasília ostenta uma quantidade ímpar de pessoas destes signos (ou com forte ênfase neles), quer dizer: Touro, Leão, Escorpião e Aquário. E isto aconteve especialmente nos círculos místicos ou esotéricos, coisa que se concentra, a olhos vistos, em locais como Alto Paraíso.
As pessoas destes Quatro Signos, assim como aqueles que têm uma consciência mais expandida através do discipulado, sentem uma especial empatia com estes locais, eles como que “sentem-se em casa” ali, onde percebem haver um verdadeiro portal aberto, pelo qual flui uma energia especial de “aqui-e-agora”, isto é: de consciência, de poder espiritual, de magia enfim.
A forma como esta energia é usada, sempre pode depender do livre-arbítrio, mas de toda forma ela é útil para as realizações de síntese e para a evolução espiritual. Atuar em Brasília e adjacências traz este potencial de integração, interna e geral, lembrando ainda que o Brasil é o “país da Nova Era” porque a faixa celeste de Aquário (que vai de 30º a 60º O) incide apenas sobre o Brasil e um pequeno setor do Cone Sul (Uruguai e parte da Argentina).

Da obra "Vivendo o Tempo das Profecias", LAWS

À espera do rei


“Há um tempo para cada coisa sob o Sol” (Salomão)

Apesar das virtudes da musa Democracia (ou por sua causa mesmo), a Boa Tradição aguarda uma Idade de Ouro, na qual o Mandato social já não seja assunto para amadores, mas de vocação superior destinada a enobrecer toda a sociedade, para então proclamar ou aclamar o Campeão da Justiça. Este deve ser um protetor do povo e um defensor da fé. A sociedade esclarecida não aprecia tomar em suas próprias mãos tão elevado desígnio, porque significaria manter as coisas num nível menor de compreensão e cultura, quando o que se busca é que os Predestinados possam, eles sim, fazer a sociedade avançar a partir das suas altas qualificações.

Então, a Dama do Lago, que é a República-em-pessoa, entrega Excalibur ao Herói da Nação, consagrado por seus serviços unificadores do baixo e do alto, pelo povo e pelos sacerdotes.
O Predestinado pode até não pretender o poder e alimentar ilusões políticas superficiais e vulgares –é a forma que encontra, afinal, de se sentir parte do todo-, contando apenas com a sua boa vontade, mas não com conhecimento, disciplina e treinamento. Por isto ele precisa de um mestre, como Arthur necessitou de Merlim, ou tal como Krishna fez com Arjuna.

Cada qual deve conhecer o seu verdadeiro dever, porque o dever é tudo. Da mesma forma que o povo se enobrece olhando para cima à procura de um Guia iniciado, a humildade do iniciado não está em fazer-de-conta que é povo ele mesmo, mas sim em obedecer as orientações do Mais Alto, com suas próprias visões do Todo.
Somente assim é possível uma Idade de Ouro, e depois de Prata. Mais tarde, quando estas Ordens hierárquicas se perdem e deslegitimam, então os próprios Guardiões conscientemente ordenam que Excalibur seja devolvida às águas, que dizer, ao povo, para que não caia em mãos errôneas, que tenderão a usar a casca das velhas instituições áureas, porém já sem conteúdo, sem alma ou espírito. A grandeza de realizar esta renúncia, impede os males das revoluções e das reformas, permitindo sempre manter acesa a chama da verdade maior dos Elos sagrados.

Contudo, isto implicaria em proceder também uma reforma cultural, como fizeram os maias ao abandonar as suas cidades para voltar para as aldeias e as florestas. Na realidade, o povo já vivia em aldeias, e aquilo que foi sepultado criteriosamente com pedras e terra, a fim de voltar para a Natureza -simbolizando assim a sua intenção espiritual íntima-, eram apenas centros cerimoniais aos quais acorriam quando os seus sacerdotes ainda podiam realizar os seus ritos e sacrifícios. Contudo, o poder destes enfraqueceu, nada restando que esquecer as velhas coisas.

Nisto existe uma importante mensagem para a sociedade moderna: a de que não existe salvação para as grandes cidades, meio desumano de alienação e violência, onde às pessoas resta apenas uma vida de gado ou de formiga. É preciso hoje repensar este modo de vida pobre e alienante, naturalmente sem perder as verdadeiras vantagens existentes nestes meios, e ainda receber muitas coisas mais. Um grande sentido para a vida pessoal, social e espiritual deve ser acrescentado, através de conhecimentos precisos da ordem superior das coisas.
A revelação das lideranças naturais é um passo importante, e cada núcleo humano deve definir estas forças criativas sem burocracia. Tais lideranças comporão então Conselhos, dentro dos quais se descobrirá o Primaz, e assim sucessivamente, até que tudo se encontre sob a luz da Ordem natural.

Da obra "Teocracia - Tradição & História", LAWS