A Sinarquia social


O tema dos regimes sagrados -aqueles desenvolvidos para e pelas classes hierarquizadas: aristocracia & clero-, sempre atraíram o nosso interesse, como aquele Algo mais que pudesse suplantar as classes sociais e seus regimes -tema corrente das Utopias-, mas atualmente somente vislumbrado através das imprescindíveis atividades do G::O::M::, o Governo Oculto do Mundo.
O próprio Saint Yves d’Alveydre, apenas adotou a expressão “Sinarquia” a partir de sua famosa “A Missão da Índia”; antes ele chamava este regime ideal de “Teocracia” (na acepção mais alta desta palavra), em obras como “A Missão dos Soberanos” e “A Missão dos Judeus”. Cito esta última:
“Examinemos agora como, graças a Ram, a teocracia dá ao Mundo inteiro a paz pública, a felicidade geral, a prosperidade, o Reino de Deus, enfim, sobre a Terra como no Céu, durante mais de trinta e cinco séculos.
“Ram quis que os três Conselhos representando a Ciência, a Justiça e a Economia social de seu Império, fossem absolutamente livres, independentes do Poder político.”
Ora, a Sinarquia “clássica”, formulada ou proposta por Saint Yves e seus seguidores, possui uma HIERARQUIA trina assim configurada:

1. Ciência
2. Justiça
3. Economia

Sabemos perfeitamente que a “Ciência” d’alveydriana não é a ciência materialista comum, mas a Ciência espiritual ou universalista, pitagórica-e-platônica, numa palavra: dirigida pela e para a Mente superior.
A Justiça, por seu turno, uma vez subordinada à anterior, também se pauta por leis espirituais (o Corão seria um exemplo disto). E o mesmo em relação à Economia, que certamente não será nenhum tipo de “consumismo”, mas a arte de produzir-e-consumir somente o necessário e de forma auto-sustentável.
Isto posto, notemos como as três categorias sinárquicas se enquadram perfeitamente, nas três classes “duas vezes nascidas” do brahmanismo:

1. Ciência ......... brâhmanes (sacerdotes)
2. Justiça .......... kshartryas (aristocratas)
3. Economia ..... vaishyas (comerciantes)

Ora, o sistema pluriregimental leva em conta os fundamentos espaço-temporais de cada regime político histórico. Estes sistemas políticos se desenvolveram no seio da humanidade, na mesma medida em que esta avançou em termos de organização espaço-temporal.
A democracia, para exemplificar, é um regime basicamente tribal, razão pela qual as pequenas cidades ou municípios -como aquelas em que floresceu a filosofia grega na Magna Grécia- são o melhor local para exercitá-la. Além disto, trata-se a princípio, tal como a república, de um sistema “humanista” e materialista, dando menor atenção às forças sagradas do Destino e às leis de ordem ou de hierarquia.
Já a teocracia é um regime para grandes massas humanas, onde não se pode controlar facilmente o Estado, demandando por esta razão uma organização santificada no comando da nação.
A meio-caminho situa-se a monarquia, fomentando os preceitos conexos de clã, feudo e nação.
Ora, assim sendo, existe lógica pensar que a Sinarquia seja um sistema vocacionado para grandes nações e vice-versa. Não que um povo pequeno não possa exercitá-la, porém, isto tende a acontecer somente nos casos de “povos eleitos”, quer dizer, com um sentido muito especial de nação e de missão coletiva, geralmente sob a influência de manus ou de patriarcas.

A lógica evolutiva da cooperação

Toda a evolução real e maior, se dá mediante a colaboração. Acumular tarefas não é somente anti-produtivo para quem o faz, também o é para aqueles que deixam de poder atuar em função do acúmulo alheio. Este acúmulo sem sempre é voluntário, cabe dizer, porém deve ser ao máximo evitado.
É muito difícil uma pessoa ser muito boa em várias coisas. Dos próprios gênios, se costuma dizer que eles são exímios em algumas poucas coisas, mas ao preço da deficiência em outras. De fato, não raro esta especialização aparece, como forma de compensar graves carências, mesmo ao nível dos mais elevados seres.
Mesmo em relação aos chamados “gênios renascentistas”, aqueles dotados de múltiplos saberes e interesses, o quadro não seria muito diferente. A própria dedicação extremada ao conhecimento, impõe limites numa expressão mais ampla e diversificada da pessoa.

Consideramos que os próprios reinos da Natureza, incluindo é claro os espiritualizados (como Shambala ou Divindade e a Hierarquia), atuam nestes termos. Mitos e relatos antigos, permitem imaginar que os caminhos da humanidade, passam por entregar os próprios poderes terrenos aos mestres (“os caminhos do Homem a Deus pertencem”, dizem os Salmos; Platão falava do governo dos filósofos, etc., etc.). Contudo, os Mestres são apenas aqueles “Amigos dos Homens” de que falam algumas lendas notórias.
Modelos culturais distintos e complementares, foram operacionalizados com grande proveito cultural pelos impérios antigos. Nosso livro “Antropologia Geral - Sentido & Historicidade do Multiculturalismo”, correlaciona a vocação dos ambientes naturais aos modelos culturais.

No mais, as classes sociais têm esta função cooperativa, embasando tal questão a própria definição de civilização em Toynbee. Uma categoria social, representa a geração de um universo cultural, que se complementa com o trabalho de outras categorias. E é assim que se obtém um Todo, muito embora este apenas possam ser realmente reunidos pelos iniciados e sintetizados ou coordenados pelos mestres.
A distribuição das tarefas é uma das grandes condições da evolução cultural, pois possibilita o aprofundamento nas diferentes atividades. Por esta razão, a verdadeira Utopia (ou Ideal) não é, a princípio, simplesmente a “sociedade sem classes”, mas a sociedade sem classes fixas, ou a chamada “mobilidade social”.

E por falar em classes sociais (um tema ao qual a literatura mística e esotérica, tem sido no seu geral vaga), em nossa obra “Sociologia Universalista - a Evolução Social como Via de Transcendência”, existe um comentário sobre o tema, relativo a uma classificação que temos usado nestes trabalhos para-acadêmicos:
“Resumidamente, aquilo que se pretende passar através de todo este discurso, é basicamente o se acha na tabela abaixo.

a. Cultura ........... aquém das classes ........ anarquia
b. Sociedade ....... através das classes ....... hierarquia
c. Civilização ...... além das classes ........... sinarquia”

De todo modo, a clareza em relação ao paradigma antropológico proposto, é fundamental em qualquer filosofia ou doutrina que se preze. No livro “Antropologia Geral”, também denunciamos a omissão científico-oficial ou oficiosa, em relação ao papel dos “Amigos do Homem” (ou dos Agentes do Governo Oculto do Mundo, o G::O::M::) na edificação das etapas culturais, sociais, civilizatórias e até raciais da humanidade, e tratamos de resgatá-lo sistematicamente à luz dos ensinos teosóficos (e antroposóficos e geosóficos) novos e antigos.

Não obstante acreditarmos na necessidade das estruturas das igrejas, temos tratado tecnicamente da natureza sacerdotal da nova raça-raiz e da necessidade do Novo Homem se afirmar como um indivíduo ativamente espiritualizado, como forma de representar de fato a evolução do modelo humano. Com isto, referimo-nos à busca de uma iniciação real, que é o começo da ascensão na tríade superior ou à “Cúpula do Templo”, nos termos neo-maçônicos.

Pese tudo isto, somos levados a dizer que, mesmo numa sociedade de pendores sacerdotais, religiosos, místicos, clericais e tudo aquilo que seja a isto afim, uma fatia significativa da sociedade e até das sociedades, ficará sempre algo à margem da chamada “Comunhão dos Santos”.
E isto se dará, não apenas por efeitos do carma (da evolução humana), como também por uma questão de dharma -por paradoxal que pareça dizer isto-, uma vez que existe a chamada “divisão de tarefas” dentro das sociedades, o que demanda e permite com que exista uma especialização nos diferentes setores sociais e, por conseqüência, uma superior qualificação. Saber um pouco de cada coisa, sempre será muito bom, mas saber muito de alguma coisa é fundamental -ainda que isto soe algo “alopático”. Como escreveu um grande humorista brasileiro, Millôr Fernandes (crítico acérrimo, aliás, da televisão em geral), “o especialista (em medicina) é aquele que consegue matar alguém de uma única coisa.”

Preceito este de especialização que fundamenta, aliás, o próprio conceito de Civilização dado por Arnold Toynbee em seu “Um Estudo da História” -muito embora seja forçoso reconhecer que, mesmo nas sociedades tidas como arcaicas ou até primitivas (grupos tribais), existe uma divisão de tarefas razoavelmente definida, com todos os rudimentos de uma sociedade complexa e sua organização de classes. Comparativamente, a sociedade tribal passa quase por uma espécie de clã, pese não raro existir ali uma criteriosa política de parentesco, baseado na experiência empírica das gerações, e que seguramente terá fundamentado os dogmas ou preceitos sanguíneos das monarquias euro-asiáticas, gestadas precisamente nos antigos clãs tribais evoluindo para estruturas feudais no Medioevo.

Somos testemunhos de que nenhuma escola mística detém A Verdade absoluta, e que a matese apenas virá pela soma dos esforços de todos os trabalhadores. E sabemos que ajimos nisto com profissionalismo e tradição, não com o amadorismo monopolista dos místicos ocidentais, que julgam poder uma só escola deter a totalidade do saber espiritual. Pior para eles e para todos que bebem destas fontes estagnadas, e terminam por sentir-se mal e, o que é pior, não raro abandonam o Caminho, desiludidos, senão obsedados. Ao contrário do Oriente, onde existe uma ampla Universidade do Espírito, na forma de uma cooperativa informal do Saber, onde um mestre retém um discípulo apenas enquanto tem algo a lhe transmitir, do contrário logo sentirá a carga do ostracismo e não será recomendado.

Estas poucas considerações, já permitem entrever como podem ser sutis as fronteiras da Antropologia e da Sociologia -e o Brahmanismo que o diga-, fazendo com que, numa ciência avançada, não se possa definir estes limites de maneira arbitrária, tal como seria cronologicamente, do tipo “antropologia trata do passado e sociologia trata do futuro”.
O tradicional sistema brahmânico varnashramadharma, representa uma forma de Sinarquia avançada avant le lettre, de teor quaternário, adaptável para as novas realidades sócio-raciais.

Assim, esta sagrada semente de Sanat Dharma, apenas apuraria doravante melhor as suas instituições (além de ser restaurada em seus princípios originais, é claro), especialmente aquelas de teor sacerdotal (Brâhmanes), para as quais sempre deu, afinal de contas, tanta atenção.

Cabe ainda acrescentar, que toda esta questão é representativa da Tradição no seu mais alto grau, quer dizer, o conserto da diversidade e a unidade de toda a manifestação de vida, orquestrada pela batuta mágica e transcendental dos Mestres. Trata-se esta da Grande Ciência da Civilização, que optamos também por chamar de “A Religião da Civilização”, por se tratar de uma via de consumação e transcendência que passa pela iniciação coletiva, senão de todas as pessoas, ao menos de um setor de uma sociedade “eleita”, mas sempre com benefícios gerais, até porque não se opta pela via da revolução e da guerra aberta, mas de caminhos “alternativos” e antes de tudo interiores, para depois alcançar o Todo, como têm demonstrado fartamente a ação dos Manus através dos milênios. Este concerto envolve também, de maneira instrumental: ecumenismo, multiculturalismo, socialismo e panetnismo.

Da obra "O Brasil e a Nova Era", LAWS, Ed. Agartha
Ver nais sobre a Sinarquia na página GEOSOFIA
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A tarefa sinárquica da classe-dharma

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“E vós sereis para mim um
 reino de sacerdotes e um povo santo.” (Êxodo, 19:6)

Não é difícil entrever que, por detrás de uma raça-raiz e suas civilizações, exista uma certa meta espiritual e, através disto, a presença de uma classe social regente sobre ela constituída. 

Este dharma áureo, é a alma de u’a humanidade e de um período do mundo.

Esta classe espiritualmente emergente será, então, o objeto das grandes sínteses culturais e, mais ainda, das mateses (realizações) futuras. Ela será o receptáculo das revelações e o objeto das profecias, pois tornará “concreto” e objetivo, tudo aquilo que as profecias anunciam para o homem futuro. De fato, esta classe representará a própria essência do Homo Novus, aquele “modelo antropológico” a ser afirmado para prover o avanço positivo da humanidade, o Adam Kadmon original a ser constituído do barro passivo da humanidade antiga.

É para ele que todo profeta, messias, buda e avatar que vem ao mundo, reserva as suas primeiras palavras e deposita as suas melhores esperanças. Foi assim com Krishna, em relação à aristocracia que representava a essência da raça árya, e com muitos outros guias e patriarcas “guerreiros” do período.

Podemos notar que o grande mote do ensinamento de Krishna, foi a importância de cada um conhecer e realizar o seu “dever” (dharma), coisa pela qual unicamente alguém se habilita a possuir uma alma imortal. Na época, a meta era despertar o espírito guerreiro, que passava espiritualmente por vencer os inimigos internos de cada ser humano, donde o discernimento representar uma virtude áurea naquela humanidade... O Islã preserva ainda intacto este ideal, na sua noção da necessidade da dupla-jihad, interna e exterior, como expressão de uma só realidade.

É a manifestação deste novo dharma, unicamente, que trará o incentivo necessário para que a humanidade se mobilize em torno de uma causa realmente superior, revelada e novedosa. Mais ainda, este mote será o élan vital para a unidade social que subjaz sempre à idéia da Sinarquia, o governo social conjunto ou unificado.

Afinal, qual é o poder que possui uma classe-dharma para afirmar a sua soberania, e implantar novos valores civilizatórios? Seguramente, não há de ser as armas em primeiro lugar; estas apenas virão, eventualmente, em complemento de uma idéia, de uma esperança e de um conhecimento novo; o que acontece até mesmo num meio aristocrático-guerreiro como foi o áryo.

O ideal sinárquico é a expressão de um dharma civilizatório, no sentido mais elevado destas duas palavras. Podemos chamar a isto também de “Religião da Civilização”, que é fazer das próprias estruturas sociais naturais, um caminho para a evolução do espírito. Para isto chegar a ser possível, é preciso estabelecer uma série de regras-de-excelência nas instituições; a começar pelo respeito às vocações natas de cada ser humano...

Na prática, tal coisa se estabelece através de um sistema de educação permanente, que prevê os valores sociais como caminhos espirituais, e de uma forma também progressiva e cumulativa, como reza a boa regra-da-iniciação. Com isto voltamos à práticas como a dos ashramas védicos, as etapas-de-vida preparatórias das castas (etapas estas tidas como de: estudo, casamento, ensino e renúncia); sobretudo antes, é claro, que a cristalização social e o apego invertessem a subordinação, criando o jativarna (casta-de-nascimento), que determinou o começo da queda do Brahmanismo, que é a grande religião-civilizatória da Índia clássica, implantada pelo Manu, sob o ideal áryo de criar o viço da civilização como tal (sob um Estado unificador).

Assim, aquilo que se torna realmente necessário, é a afirmação da nova casta-dharma, reunida e congregada em torno das novas metas raciais, que é como fazer descer à terra as profecias antigas, para que a velha promessa de imortalidade d’alma -por exemplo-, já não vise uma suposta “vida futura”, tal como pretendiam de um modo ou de outro quase todas as religiões e filosofias-profundas dos tempos passados...

Se insere nesta mesma perspectiva, outras questões que em tempos idos eram apregoadas para a humanidade como um ideal algo inatingível, mas que agora o ser humano já reúne condições para realizar, como seria a indissolubilidade do matrimônio, coisa esta realmente possível sob o conhecimento das almas-gêmeas...

Com estas duas coisas, se torna possível a consumação da vocação sacerdotal, porque a raça humana se habilita agora a vivenciar as instituições sociais a um nível de alma, uma vez que a raça entrante traz consigo a abertura do centro do coração. Esta quarta raça-raiz (pós lemuriana, atlante e ariana), surge sob o império deste quarto chakra, que se destina também a consumar a própria evolução humano-humana, dentro desta que é a Quarta Ronda mundial. Por isto, este Homo Novus será na verdade, o próprio Modelo do Ser Humano ideal como tal, para todos os tempos, ao menos na presente ronda planetária, o ciclo de 26 mil anos do “Ano Cósmico” que encerra, no máximo, dentro de dois mil anos.

Havia nos tempos anteriores, várias razões para os sacerdotes não se misturarem com a política, ainda que muitas vezes o tenham feito, geralmente atuando porém numa esfera mais social e sinárquica. Contudo, esta nova humanidade a ser coordenada por sacerdotes-regentes (capazes de conhecer a imortalidade-real e um matrimônio-sem-pecado), deverá contar forçosamente com uma imagem objetiva dos Mestres como co-regentes, a fim de que se mantenham norteados os rumos da Civilização, e a verdadeira sucessão apostólica possa permanecer à vista. Afinal, são deveras elevadas e sutis as propostas e as necessidades da nova raça, que mais do que nunca deverá contar com estes seres mais elevados, para de fato alcançar e preservar o novo Pramantha ou os novos cânones de evolução...

Além de definir a nova classe-regente e também o "tempo chegado" da sua emergência, outros dados poderiam ser trazidos à luz, na medida das suas conveniências, a fim de precisar este quadro de renovação, que urge, com efeito, e que terá unicamente nos altos valores espirituais a sua medida necessária.

Em resumo, porém, podemos afirmar que a implantação do Novus Homo passa, hoje e sempre, por duas etapas, sob o quadro dos “tempos chegados” neste 2012, que os maias-nahuas tinham positivamente como uma renovação antropológica ou racial, dentro da sua tradição das “Eras solares” que é uma bela síntese da idéia teosófica de raça-raiz, com a noção neo-teosófica de ashram solar ou dinastia espiritual de Mestres de Sabedoria, o Governo oculto, enfim, que rege e orienta a evolução humana, como uma dentre as suas elevadas tarefas cósmicas.

Estas duas etapas são, a saber:

1. Os aspirantes a “candidatos” desta nova classe-dharma, formada por aquelas pessoas desejosas de viver de fato estas duas realidades consumatórias, que são a iluminação científica e preparar-se para a experiência das almas-gêmeas, se reúnam a fim de dar lugar oportunamente a tais conquistas, que permitirão a renovação definitiva da humanidade. Não necessita que estas pessoas estejam elas mesmas plenamente capacitadas a dar todos os passos no caminho, bastando ao menos “colocar-se a andar”, até porque o novo Pacto Racial que se estabelece, reaviva o mecanismo reencarnatório que se extingue naturalmente em cada fim de ciclo racial –como neste 2012, por exemplo. Neste caso, tais pessoas poderão colocar a sua ênfase no serviço exterior, e elas serão menos sementes do que semeadoras –coisa sempre necessária também-, auxiliando a preparar os ambientes (“sementeiras”) necessários para que as novas sementes possam aflorar à luz.

2. Uma vez que haja um “movimento” sólido e organizado, este novo contexto, de início localizado e limitado a grupos seletos, poderá começar a ensaiar se tornar também um novo consenso geral, através da mobilização e da penetração cada vez mais ativa no mundo, num movimento redentor que terá novos paradigmas ativos para oferecer, capaz de ofertar respostas inclusive ao nível das Ciências em geral. A nova iluminação, por exemplo, já não será algo mental e subjetivo, mas uma transformação do ser que atinge e revoluciona todo o organismo, em especial o plano neurológico, que adquire uma potência ímpar, produzindo um alto poder de cura, entre muitas outras decorrências mais ou menos subjetivas. E no matrimônio, o conhecimento das almas-gêmeas também será testemunhado e afirmado em suas nuances revolucionárias, capaz de suscitar novos e superiores mecanismos psíquicos, capaz de levar o ser humano para além do plano biológico e dos instintos –porém, já numa esfera de unicidade matrimonial. Tais iluminados terão uma segurança plena da sua condição imortal, tema já não de fé mas de ciência, alavancada ainda pela certeza do amor eterno por seu parceiro. Eis os pilares das duas grandes e supremas bênçãos, que Deus e o destino reservam aos prepostos dos novos tempos de consumação...
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América Latina é a região mais urbanizada e violenta

ONU declara em 2012 a América Latina como a região mais urbanizada do mundo –apesar de ser também a menos povoada em relação ao seu território. O índice ali anda pelos 80% de urbanização.

O que significa isto? Obviamente não se trata de “aspiração civilizatória”, “vocação para qualidade de vida”, “sede de progresso” ou qualquer outra balela da doutrinação capitalista.

Se trata única e tão somente, da conseqüência da colonização, rematada sob as ditaduras militares da Guerra Fria que assolaram a região na segunda metade do Século XX, quando a curva da urbanização começou a dominar através do êxodo rural.

Naturalmente, tal coisa está na contra-mão da história, como demonstra as seguintes matérias divulgadas na imprensa - ver matéria "Êxodo urbano: uma tendência mundial" nesta webpágina.

Uma das grandes causas do abandono do campo, é a falta de apoio dos governos e o incentivo à industrialização centralizada e ao consumismo, a fim de produzir mão-de-obra urbana barata.

O quadro se agrava com o crescimento do país e da economia, daí ser Brasil e México os países em situação mais crítica, provando que o capitalismo e a industrialização mecânicas são falácias.

Não ao acaso, na mesma ocasião se declara que a violência é a preocupação que mais mobiliza os latino-americanos. Tudo começa com a violência colonial e neo-colonial, que degrada as sociedades.

Contudo, a degradação da vida urbana tem levado a uma desaceleração do êxodo rural desde o ano 2000. Sucede que nada menos que 25% das pessoas nas zonas urbanas vivem em estado de miséria...

A tendência atual é pela ida para a periferias dos grandes centros, a ocupação dos espaços vazios do interior do país e a busca de emprego nas cidades emergentes do Centro-Oeste.

A resposta portanto é apenas uma: EXODO URBANO organizado! Isto significa: autonomia, liberdade, respeito, saúde, integridade, realização, esperança...