O Neo-Nacionalismo
representa a colocação da terceira base do Nacionalismo, que é a Alta Filosofia,
depois da implantação histórica de suas duas outras bases que são o Militarismo
e o Socialismo, os quais estruturaram a Primeira e a Segunda República
respectivamente, hoje reconhecidas todavia como atrofiadas e superadas face as dinâmicas
históricas (na prática o Socialismo permanece de maneira tácita, por representar
uma essência do Nacionalismo).
Nem a força
das armas e nem a prática social através da democracia, podem auxiliar a sociedade brasileira profundamente
estupidificada politicamente após 20 anos de Ditadura e lavagem cerebral (dando
lugar para a política-de-massa populista do neo-marxismo), mas sim a criação de
células-de-sobrevivência, a deserção social em massa e a busca pela autonomia econômica
visando oferecer concretamente novos paradigmas holísticos de vida. O Neo-Nacionalismo
se inspira nas Sociedades Tradicionais e se ambasa na Cultura Alternativa praticada
à sombra da Guerra Fria, visando socializar estes novos paradigmas pela prática
da Meso-Revolução mediante a criação de cidades sustentáveis e holísticas, o
caminho médio entre a Revolução Interior (autocultura) e a Revolução Exterior (totalitarismo)
que foram buscados sob a Guerra Fria.
Quem cair na
ilusão de que a redemocratização resgata viabilidades sociais diretas, cai numa
ilusão profunda esterilizante (que o sistema objetiva para debilitar as forças
revolucionárias), daí a visão interior, profunda ou filosófica desta prática socialmente
autogestora. A razão da política aqui seria apenas para apoiar movimentos
alternativos e autonomistas, buscando a desconstrução da hipercivilização atrofiada,
capitalista e moralmente corrompida até as suas raízes. Num país altamente centralizador
e endoimperialista, a criação de núcleos sociais autônomos representa uma
enorme revolução. Estas são as bases da Terceira República – a República dos
Filósofos!
A Grande
Cidadania também pode achar as suas bases diretas nesta práxis, se o foco do
Partido é a cidade como parece, nada como partir para a busca de cidades novas
sem os vícios insuperáveis das velhas cidades, compreendendo que a melhor forma
de mudar o velho é criando o novo. Lá nós simplesmente não permitiremos as estruturas
e a cultura do Estado capitalista.
O mito de que o
Nacionalismo latino-americano seja de “direita”, foi criado pelas ideologias
colonialistas de esquerda (marxismo, anarquismo) e comprado pelos “alienógicos”
(alienados ideológicos) úteis nativos, que confundem maliciosamente o nosso
Nacionalismo protetivo com o Fascismo europeu ultranacionalismo, visando com
isto debilitar as nossas defesas. Aí estão várias nações vizinhas para
demonstrar isto, de propensões mais nacionalistas do que marxistas (Hugo Chaves
dizia que o marxismo estava “ultrapassado”), com destaque para a Bolívia, ainda
que certa expressão nacionalista tenha realmente caído em desuso se confundindo
com o populismo e até com o neo-marxismo, podendo todavia se reciclar.
Infelizmente, outro mito materialista, o do universalismo (capitalista,
marxista), também caiu por terra para a xenofobia latente nas nações antigas e
poderosas. Nada como viver num país novo onde as raças e as culturas ainda se
misturam!
Nossa proposta
é que retomemos os esforços sociais exatamente daquele ponto em que a
verdadeira História do Brasil foi interrompida, que é o momento em que o
presidente João Goulart propunha reformas estruturais mínimas para a nação. Entendemos
perfeitamente que vinte anis de ditadura sistêmica tenha sido mais do que
suficiente para acovardar muita gente e até provocar uma Síndrome de Estocolmo
generalizada, além do fato de que o nacionalismo social foi travestido neste
ínterim de patriotismo ufanista patético. Porém, tudo isto é mais motivo para
uma terapia social que propriamente para a negação in totum das coisas...
Por isto tampouco
propomos as mesmas metodologias de então, e por várias razões, tais como não
determos por ora poder político e social para tanto, e nem caber atiçar a
gárgula vigilante, mesmo sem uma Guerra Fria para justificar golpes-de-Estado
contra um pseudo-comunismo.
Somos filhos
do Movimento Alternativo, cujas conquistas e experiências holísticas não devem
ser abandonadas em nome de uma falsa democratização hipócrita -e nisto nos
aproximamos dos anarquistas-, nem visando a velha retórica da “excelência do
trabalhador”. Aquilo que toca é a socialização da Cultura Alternativa, ainda
que este novo passo demande novos aprendizados, tal como a capacidade de
síntese e a superação da antítese radical, para acatar a evolução gradual e
científica ao invés da negação prematura da diversidade, mediante a geração de laboratórios
sociais holísticos.
Através de
poderosas bases sociais urbanas novas e sustentáveis, edificadas mediante um
movimento contínuo e multiplicador, teremos força e autonomia para realizar as
mudanças necessárias, especialmente se soubermos eleger regiões do país onde o
impacto de uma nova cultura se faz mais forte, como são as regiões interiores
subpovoadas, sobretudo o Centro-Oeste ainda.
A ideia,
enfim, é dar continuidade também à interiorização social do país -“um novo
lugar para um novo tempo”, como é de resto uma tradição brasileira-, na esteira
dos atos criadores de Juscelino Kubitschek, porém agora criando cidades novas
para o povo e não apenas para as elites. E para isto não precisamos esperar
“chegar ao poder”, e nem devemos fazê-lo, cabendo antes contar de início com os
nossos próprios recursos a fim de originar aqueles protótipos sociais
necessários que servirão de bandeira para as novas causas.
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