DA REVOLUÇÃO PERMANENTE À CORRUPÇÃO PERMANENTE
Atravessando a bolha ideológica pós guerra-fria
As forças políticas que se mobilizaram durante a
Guerra Fria, foram surpreendidas por um fenômeno macropolítico que elas não
esperavam, que era a sucumbência da União Soviética como pólo de resistência ao
capitalismo, e a decorrente globalização do capital.
A URSS não resistiu à série de vetores críticos que
se acumularam sobre ela desde as denúncias das chacinas monstruosas e das traições
e estupidezes de Joseph Stalin.
Porém, as estruturas políticas criadas para resistir
ao capitalismo dentro deste mesmo sistema, não poderiam ser desmobilizadas.
Mais grave do que corromper-se no poder, é não achar respaldo ideológico para
se manter, tendo que ceder ao cinismo e ao oportunismo do poder-pelo-poder.
Em nome do pragmatismo o PT acabou assumindo sozinho
a bandeira da social-democracia e abandonando as forças esquerdistas, as quais
sem o apoio histórico da URSS tem dificuldades para se colocar de pé.
A máquina petista devorou as próprias esquerdas para
se impor, porém não para oferecer uma proposta mais radical, e sim para locupletar-se
no poder, mantendo-se através da imagem socialmente artificial do assistencialismo.
Neste cenário, não existe mais esperanças para uma renovação social
profunda e estrutural dentro da política
tradicional, que se apresenta como simplesmente vazia e esgotada, porque se uma
sociedade não foi capaz de se mobilizar a contento socialmente ante um inimigo
durante a luta, menos ainda será sob um quadro em que as grandes bases da luta estão
no chão.
Pois ainda que estes novos atores queiram proclamar a
vitória da “redemocratização”, na verdade não houve nenhuma grande vitória
das forças das resistência e menos ainda do Socialismo internacional, muito pelo
contrário... A redemocratização foi quase mais consentida do que conquistada, sendo alcançada no Brasil pouco antes do final da Guerra Fria,
sob as crises morais da ditadura doméstica mas quando a URSS também dava sinais
de estafa. Prova disto, é que as forças militares do Brasil preservam a sua
arrogância e os governos “de esquerda” não ousam desafiar os seus interesses corporativos.
Também serve como prova disto a “timidez” social das esquerdas pragmáticas no poder, para efetuar qualquer mudança mais profunda e atender as reivindicações das próprias bandeiras da Esquerda, as quais comumente passam antes a participar do banquete capitalista que bebe a nova situação do poder, compactuando desavergonhadamente com as velhas forças conservadoras.
Também serve como prova disto a “timidez” social das esquerdas pragmáticas no poder, para efetuar qualquer mudança mais profunda e atender as reivindicações das próprias bandeiras da Esquerda, as quais comumente passam antes a participar do banquete capitalista que bebe a nova situação do poder, compactuando desavergonhadamente com as velhas forças conservadoras.
Porém, tanto poder sem oposição não pode funcionar. A
bolha ideológica deu lugar naturalmente à bolha financeira do capitalismo triunfante,
que hoje já arrasta por detrás suas crises macro-especulativas, levando incertezas
sobretudo ao mundo desenvolvido.
Ao mesmo tempo, existe um resgate histórico da vida
social das nações terceiro-mundistas. O Fórum Social Mundial surgiu em 2001
como uma tentativa de reerguer a esperança num mundo social. Naturalmente se
prontificaram forças históricas que até então permaneciam na penumbra, como são
os povos tradicionais e a cultura alternativa.
É com eles que segue e que seguirá a esperança numa
renovação, cabendo apenas se organizar e mobilizar a contento, resgatando e
adaptando práticas sociais tradicionais aos novos tempos, como são a idéia da
comunidade intencional, o naturalismo e o êxodo urbano.
E é por não acreditarmos nesta “redemocratização”, enfim, sabendo que se trata apenas de um grande jogo-de-cartas-marcadas praticado entre atores laureados em bom-mocismo, tal como não acreditamos na virtude inerente das revoluções materialistas e nem no modelo de “humanismo científico” que lhe dá sustento -porque estamos cientes dos mecanismos políticos do jogo-de-imagem denunciados num filme como “Queimada”, onde a república e a democracia são implantadas e tuteladas por potências pseudo-aliadas do povo, com interesses econômicos e elegendo sempre quem tem mais recursos sob pena de golpes-de-estado e retorno a ditaduras “educativas”-, que propugnamos que a humanidade não deve retornar ao modelo social que se tinha antes da Guerra Fria, porque se perdeu ali a alma das coisas e “a História se repete como paródia”, cabendo isto sim aprofundar e trazer à luz as sementes renovadoras que a Cultura Alternativa despertou à sombra das ditaduras –a fim de suscitar o sentido cíclico do termo “alternativo”-, através da Espiritualidade, do Comunitarismo, do Holismo e do Ambientalismo.
E é por não acreditarmos nesta “redemocratização”, enfim, sabendo que se trata apenas de um grande jogo-de-cartas-marcadas praticado entre atores laureados em bom-mocismo, tal como não acreditamos na virtude inerente das revoluções materialistas e nem no modelo de “humanismo científico” que lhe dá sustento -porque estamos cientes dos mecanismos políticos do jogo-de-imagem denunciados num filme como “Queimada”, onde a república e a democracia são implantadas e tuteladas por potências pseudo-aliadas do povo, com interesses econômicos e elegendo sempre quem tem mais recursos sob pena de golpes-de-estado e retorno a ditaduras “educativas”-, que propugnamos que a humanidade não deve retornar ao modelo social que se tinha antes da Guerra Fria, porque se perdeu ali a alma das coisas e “a História se repete como paródia”, cabendo isto sim aprofundar e trazer à luz as sementes renovadoras que a Cultura Alternativa despertou à sombra das ditaduras –a fim de suscitar o sentido cíclico do termo “alternativo”-, através da Espiritualidade, do Comunitarismo, do Holismo e do Ambientalismo.
Boa sorte aos guerreiros da luz!
Ver também
http://cuidadocampominado.blogspot.com.br/2011/11/corrupcao-permanente.html?showComment=1360265679188#c5321067100128118399
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