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Citaremos
algumas das causas mais ou menos populares que o sistema capitalista aprecia ou
tolera, entre outras conhecidas. Todas estas causas possuem
vertentes de legitimidade, porém em boa parte são afáveis ao sistema e por ele manipuladas.
a.
O PROTESTANTISMO. A chamada “Teologia da Prosperidade” que floresce na esfera
protestante ou evangélica, tendo por base a idéia paulina de que “a fé é maior
do que as obras”, está fortemente situado na base histórica do sistema
capitalista, pois juntamente com a Maçonaria representa os alicerces da
revolução cultural “iluminista” e burguesa do século XIX. Na linha oposta, a
tendência espiritual do cristianismo-de-raiz (“comunitário”) e do próprio
catolicismo depurado -hoje representado melhor que tudo pelo Franciscanismo (compassivo)
e pelo Jesuitismo (ilustrado –vide história das Missões, etc.), vai por sua vez
diametralmente contra os interesses capitalistas e imperialistas.
b.
O MARXISMO. O mais impactante movimento social do século XX, o marxismo é basicamente
distributivista e de tendência materialista (ao contrário pois do autêntico
Nacionalismo, que é autonomista e de tendência universalista), tornando este
sistema e suas elites mais próximos do capitalismo. Por isto, o grande inimigo do
capitalismo durante (e após) a última Guerra Mundial foi o Nacionalismo, e não
o Marxismo, o qual antes se enquadra na frase de Leonel Brizola sobre o PT ser
a “esquerda que a direita gosta”, por contar o Marxismo com uma imagem pública basicamente
negativa (ateu, etc.), vindo a ser o bode expiatório ideal para um sistema competitivo
e sempre em busca de pretextos para fazer a guerra e impor a opressão como é o
capitalista. Daí este não buscar tanto destruir ou falsificar o Marxismo (como
trata de fazer com o Nacionalismo popular –ver item seguinte), mas apenas
domesticá-lo, debilitá-lo e restringi-lo, como faz a Cuba.
c.
O FALSO-NACIONALISMO DE CASERNA. Este item decorre amplamente dos anteriores,
constituindo um aspecto da chamada Ultradireita. O governo dos países de
tendência nacionalista ou de religiões não-consumistas (católicos, budistas e
muçulmanos) são forçados a virar ditaduras, que tratam de se amparar então na
força bruta das armas, na mídia engajada e alarmista e no discurso
ufano-nacionalista. Faz parte da propaganda ideológica capitalista tentar
confundir o Nacionalismo popular com a Ultradireita. A ligação entre
Nacionalismo e Religião é forte porque são sistemas autenticamente idealistas,
ao contrário do liberal-capitalista que está mais interessado no poder e no
conservadorismo, do que nos valores humanos e espirituais mais modernos. Com o
enfraquecimento do espírito Nacionalista dos séculos anteriores, a caserna não
tem sido mais tanto uma aspiração de idealistas, e sim dos espíritos brutos e
sem desenvolvimento intelectual (uma opção natural para os pobres e
deseducados, portanto) que encontram ali um soldo mais ou menos fácil. Por isto,
cada vez mais o capitalismo conta com exércitos de mercenários profissionais ou
necessitados.
d.
O FEMINISMO. A emancipação feminina fez-se necessidade histórica e ela
naturalmente ampliou a força de trabalho e de consumo, porém com o sacrifício
da família e muitas vezes da própria saúde e da natureza de mulher. As mulheres passam a receber salários e consomem mais, refletindo-se no crescente grau de separação
dos casais e na desestabilização da família. Filhos desajustados podem pender
mais às drogas, porém também tendem a ser dóceis ao sistema por serem carentes (e
daí consumistas), buscando se auto-afirmar através do consumo e da imagem auto-pública (é o chamado “adolescente eterno”), como os chamados yuppies. A dita “revolução
dos costumes” passa grandemente pelo “pão e circo” que o sistema oferece ou
tolera, do qual faz parte as próprias drogas.
e.
A HOMOSSEXUALIDADE. No geral, o homossexualismo é uma extensão ou adaptação do
item anterior. De tendência porém mais masculina, os homossexuais são
naturalmente mais agressivos, competitivos, organizados, astutos e
proselitistas, sendo como tais bastante ativos no fomento dos seus interesses,
os quais passam fortemente por alternativas de consumo. Não se trata apenas de
um ”movimento do momento”, pois como uma radicalização da “liberação dos
costumes”, tende-s a buscar nichos específicos de convívio e ambientes
atrativos ao “consumo gay”, como são os “hotéis para gays” e em especial os
“produtos gays” da mídia capitalista. As Igrejas e a Ultradireita tendem a
combater este movimento, que encontra por sua vez respaldo nos setores mais moderado
e democráticos, os quais contam então com o “voto gay”. A manipulação do desejo
e da oferta de prazer pessoal (do qual a mídia representa um dos mais poderosos
elementos) é um dos grandes instrumentos de controle social (baseados em parte
em experimentos como os de Skinner e Pavlov), seguindo na mesma linha do
consumismo em geral, onde o sistema se utiliza das chamadas “válvulas-escape”
para se fortalecer e dominar psiquicamente as pessoas.
Com
isto tudo, não estamos todavia a fazer apologias absolutas contra ou a favor de
coisa alguma, sabendo que o equilíbrio e a diversidade é o único grande ideal e
que mesmo eles sempre andam por etapas. Ademais, em todos estes movimentos
existem setores conscientes dos fatos críticos e que buscam o equilíbrio e a
legitimidade.
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