A tarefa sinárquica da classe-dharma

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“E vós sereis para mim um
 reino de sacerdotes e um povo santo.” (Êxodo, 19:6)

Não é difícil entrever que, por detrás de uma raça-raiz e suas civilizações, exista uma certa meta espiritual e, através disto, a presença de uma classe social regente sobre ela constituída. 

Este dharma áureo, é a alma de u’a humanidade e de um período do mundo.

Esta classe espiritualmente emergente será, então, o objeto das grandes sínteses culturais e, mais ainda, das mateses (realizações) futuras. Ela será o receptáculo das revelações e o objeto das profecias, pois tornará “concreto” e objetivo, tudo aquilo que as profecias anunciam para o homem futuro. De fato, esta classe representará a própria essência do Homo Novus, aquele “modelo antropológico” a ser afirmado para prover o avanço positivo da humanidade, o Adam Kadmon original a ser constituído do barro passivo da humanidade antiga.

É para ele que todo profeta, messias, buda e avatar que vem ao mundo, reserva as suas primeiras palavras e deposita as suas melhores esperanças. Foi assim com Krishna, em relação à aristocracia que representava a essência da raça árya, e com muitos outros guias e patriarcas “guerreiros” do período.

Podemos notar que o grande mote do ensinamento de Krishna, foi a importância de cada um conhecer e realizar o seu “dever” (dharma), coisa pela qual unicamente alguém se habilita a possuir uma alma imortal. Na época, a meta era despertar o espírito guerreiro, que passava espiritualmente por vencer os inimigos internos de cada ser humano, donde o discernimento representar uma virtude áurea naquela humanidade... O Islã preserva ainda intacto este ideal, na sua noção da necessidade da dupla-jihad, interna e exterior, como expressão de uma só realidade.

É a manifestação deste novo dharma, unicamente, que trará o incentivo necessário para que a humanidade se mobilize em torno de uma causa realmente superior, revelada e novedosa. Mais ainda, este mote será o élan vital para a unidade social que subjaz sempre à idéia da Sinarquia, o governo social conjunto ou unificado.

Afinal, qual é o poder que possui uma classe-dharma para afirmar a sua soberania, e implantar novos valores civilizatórios? Seguramente, não há de ser as armas em primeiro lugar; estas apenas virão, eventualmente, em complemento de uma idéia, de uma esperança e de um conhecimento novo; o que acontece até mesmo num meio aristocrático-guerreiro como foi o áryo.

O ideal sinárquico é a expressão de um dharma civilizatório, no sentido mais elevado destas duas palavras. Podemos chamar a isto também de “Religião da Civilização”, que é fazer das próprias estruturas sociais naturais, um caminho para a evolução do espírito. Para isto chegar a ser possível, é preciso estabelecer uma série de regras-de-excelência nas instituições; a começar pelo respeito às vocações natas de cada ser humano...

Na prática, tal coisa se estabelece através de um sistema de educação permanente, que prevê os valores sociais como caminhos espirituais, e de uma forma também progressiva e cumulativa, como reza a boa regra-da-iniciação. Com isto voltamos à práticas como a dos ashramas védicos, as etapas-de-vida preparatórias das castas (etapas estas tidas como de: estudo, casamento, ensino e renúncia); sobretudo antes, é claro, que a cristalização social e o apego invertessem a subordinação, criando o jativarna (casta-de-nascimento), que determinou o começo da queda do Brahmanismo, que é a grande religião-civilizatória da Índia clássica, implantada pelo Manu, sob o ideal áryo de criar o viço da civilização como tal (sob um Estado unificador).

Assim, aquilo que se torna realmente necessário, é a afirmação da nova casta-dharma, reunida e congregada em torno das novas metas raciais, que é como fazer descer à terra as profecias antigas, para que a velha promessa de imortalidade d’alma -por exemplo-, já não vise uma suposta “vida futura”, tal como pretendiam de um modo ou de outro quase todas as religiões e filosofias-profundas dos tempos passados...

Se insere nesta mesma perspectiva, outras questões que em tempos idos eram apregoadas para a humanidade como um ideal algo inatingível, mas que agora o ser humano já reúne condições para realizar, como seria a indissolubilidade do matrimônio, coisa esta realmente possível sob o conhecimento das almas-gêmeas...

Com estas duas coisas, se torna possível a consumação da vocação sacerdotal, porque a raça humana se habilita agora a vivenciar as instituições sociais a um nível de alma, uma vez que a raça entrante traz consigo a abertura do centro do coração. Esta quarta raça-raiz (pós lemuriana, atlante e ariana), surge sob o império deste quarto chakra, que se destina também a consumar a própria evolução humano-humana, dentro desta que é a Quarta Ronda mundial. Por isto, este Homo Novus será na verdade, o próprio Modelo do Ser Humano ideal como tal, para todos os tempos, ao menos na presente ronda planetária, o ciclo de 26 mil anos do “Ano Cósmico” que encerra, no máximo, dentro de dois mil anos.

Havia nos tempos anteriores, várias razões para os sacerdotes não se misturarem com a política, ainda que muitas vezes o tenham feito, geralmente atuando porém numa esfera mais social e sinárquica. Contudo, esta nova humanidade a ser coordenada por sacerdotes-regentes (capazes de conhecer a imortalidade-real e um matrimônio-sem-pecado), deverá contar forçosamente com uma imagem objetiva dos Mestres como co-regentes, a fim de que se mantenham norteados os rumos da Civilização, e a verdadeira sucessão apostólica possa permanecer à vista. Afinal, são deveras elevadas e sutis as propostas e as necessidades da nova raça, que mais do que nunca deverá contar com estes seres mais elevados, para de fato alcançar e preservar o novo Pramantha ou os novos cânones de evolução...

Além de definir a nova classe-regente e também o "tempo chegado" da sua emergência, outros dados poderiam ser trazidos à luz, na medida das suas conveniências, a fim de precisar este quadro de renovação, que urge, com efeito, e que terá unicamente nos altos valores espirituais a sua medida necessária.

Em resumo, porém, podemos afirmar que a implantação do Novus Homo passa, hoje e sempre, por duas etapas, sob o quadro dos “tempos chegados” neste 2012, que os maias-nahuas tinham positivamente como uma renovação antropológica ou racial, dentro da sua tradição das “Eras solares” que é uma bela síntese da idéia teosófica de raça-raiz, com a noção neo-teosófica de ashram solar ou dinastia espiritual de Mestres de Sabedoria, o Governo oculto, enfim, que rege e orienta a evolução humana, como uma dentre as suas elevadas tarefas cósmicas.

Estas duas etapas são, a saber:

1. Os aspirantes a “candidatos” desta nova classe-dharma, formada por aquelas pessoas desejosas de viver de fato estas duas realidades consumatórias, que são a iluminação científica e preparar-se para a experiência das almas-gêmeas, se reúnam a fim de dar lugar oportunamente a tais conquistas, que permitirão a renovação definitiva da humanidade. Não necessita que estas pessoas estejam elas mesmas plenamente capacitadas a dar todos os passos no caminho, bastando ao menos “colocar-se a andar”, até porque o novo Pacto Racial que se estabelece, reaviva o mecanismo reencarnatório que se extingue naturalmente em cada fim de ciclo racial –como neste 2012, por exemplo. Neste caso, tais pessoas poderão colocar a sua ênfase no serviço exterior, e elas serão menos sementes do que semeadoras –coisa sempre necessária também-, auxiliando a preparar os ambientes (“sementeiras”) necessários para que as novas sementes possam aflorar à luz.

2. Uma vez que haja um “movimento” sólido e organizado, este novo contexto, de início localizado e limitado a grupos seletos, poderá começar a ensaiar se tornar também um novo consenso geral, através da mobilização e da penetração cada vez mais ativa no mundo, num movimento redentor que terá novos paradigmas ativos para oferecer, capaz de ofertar respostas inclusive ao nível das Ciências em geral. A nova iluminação, por exemplo, já não será algo mental e subjetivo, mas uma transformação do ser que atinge e revoluciona todo o organismo, em especial o plano neurológico, que adquire uma potência ímpar, produzindo um alto poder de cura, entre muitas outras decorrências mais ou menos subjetivas. E no matrimônio, o conhecimento das almas-gêmeas também será testemunhado e afirmado em suas nuances revolucionárias, capaz de suscitar novos e superiores mecanismos psíquicos, capaz de levar o ser humano para além do plano biológico e dos instintos –porém, já numa esfera de unicidade matrimonial. Tais iluminados terão uma segurança plena da sua condição imortal, tema já não de fé mas de ciência, alavancada ainda pela certeza do amor eterno por seu parceiro. Eis os pilares das duas grandes e supremas bênçãos, que Deus e o destino reservam aos prepostos dos novos tempos de consumação...
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6 comentários:

  1. http://portalpineal.blogspot.com.br/2012/08/os-mundos-antigos-segundo-frithjof.html

    mudança.”
    O Imperialismo Antigo: Síntese cultural e Organização global
    Partindo desta idéia de Centro e Origem, era preciso organizar o mundo. Isto muitas vezes daria lugar às conquistas territoriais com o sentido englobar e reunir culturas em nome de Deus, mais ou menos como o Islã tem feito mais recentemente, mas com maior maestria foi realizado pelos Persas a partir de Ciro, que lançou as base para o primeiro império universal, no sentido amplo do termo, seja em seu cosmopolitismo, como na sua abrangência territorial.
    “Este gênero de subjetividade mitológica, se se pode expressar assim, permite compreender por exem­­plo, o imperialismo das antigas civi­li­zações, pois não bastaria invocar neste caso a ‘lei da sel­va’, inclusi­ve no que pode ter de ine­vi­ta­velmente bio­lógica e, por conseguinte, de le­­­­gítima; tam­bém se há de ter em conta, antes de qualquer coi­sa (posto que se trata de seres hu­manos), o fato de que cada civilização antiga vive como nu­ma lembrança do Paraíso perdido, o qual se apre­sen­ta –como veículo de uma tra­di­ção imemorial ou de uma Revelação que res­taura a ‘pa­lavra per­dida’– como a ramificação mais direta da ‘idade dos deuses’.”
    De fato, a Palavra sagrada resume e sintetiza a sabedoria de uma raça, e é a sua posse que permite que o mundo encontre a sua Ordem original, vista seja como revelação doutrinal, seja como mistério iniciático oculto.
    Havia um sentido inato de missão, de urgência e de responsabilidade, expressão direta e inequívoca da posse da Alma nos guerreiros da Lei. Em certo sentido, era a presença de um espírito coletivo arraigado, pos­si­vel­mente remanescente de uma tradição tribal extensa, que alimentava parte destas aspirações, na medida em que o sentido de individualismo estava pro­fun­damente identificado ao grupal -"reminiscência das vidas em estágios animais e pré-humanos", diriam talvez alguns esotéricos.

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  2. Poder Temporal e Poder Espiritual
    Esta secularização resulta de um complexo processo dialético entre poder temporal e religioso, que terminou quase banindo o fundo espiritual da Civili­zação. Tal dicotomia é própria da época fragmentária das instituições que foi toda a Era Cristã, nas Idades de Bronze e de Ferro da Civilização.
    “Estas considerações nos permitem fazer neste momento algumas precisões sobre a comple­xi­dade da autoridade na Cristandade do Oci­dente. O im­perador encarna frente ao Papa o poder temporal, mas isto não é tudo; representa tam­bém, pelo fato de sua origem pré-cristã e não obstante celeste,*** um as­pecto de universalidade, enquanto que o Papa se identifica por sua função unica­mente à religião cristã.”http://portalpineal.blogspot.com.br/2012/08/os-mundos-antigos-segundo-frithjof.html

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  4. Se nos fa­zem a observação de que tudo isto não nos faz sair da imperfeição hu­­mana o acei­tamos; longe de preconizar um ‘angelismo’ quimé­rico, re­gis­tra­­mos o fato de que o homem sempre é o homem des­de que as co­letividades com seus inte­res­ses e paixões entram em jogo; os condutores de ho­mens estão absolutamente obrigados a ter isto em conta, ainda que desgoste àqueles ‘idealistas’ que es­ti­mam que a ‘pureza’ de uma religião consiste em sui­­­ci­dar-se.”
    Devemos então ser realistas e reconhecer a interdependência dos po­deres, quando ela não pode ser realmente unificada como seria o ideal sinárquico. De resto, o apoio mútuo tem servido sempre para legitimar o poder temporal e, recipro­ca­mente, para difundir a religião, resultando num Todo que se revela razoa­vel­mente positivo:
    “E isto nos conduz a uma verdade que es­tá de­ma­si­a­do perdida de vista pelos pró­prios crentes: que a religião como fato cole­tivo forço­sa­mente se apóia sobre o que a sustém de uma ma­nei­ra ou de outra, sem por isto perder nada de seu conteúdo dou­trinal e sacramen­tal nem da impar­ci­alidade que resulta disto; pois uma coisa é a Igreja como or­ga­nis­mo social e ou­tra o depósito divino, o qual subsiste por defi­nição mais além das intrigas e ser­vidões da na­tu­reza humana individual e co­­­le­ti­va. Querer mo­dificar o arraigo terrestre da Igreja –ar­raigo que o fenômeno da san­tidade compensa com vanta­gens– leva a de­teriorar a religião no que tem de essencial, conforme a receita ‘idealista’ se­gun­do a qual o me­io mais seguro de cura é matar o pa­­ciente.”
    http://portalpineal.blogspot.com.br/2012/08/os-mundos-antigos-segundo-frithjof.html

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  5. Neste ponto, o sábio investe contras as tentativas modernas ou recentes, no sentido de banir a religião e promover uma sociedade secular "superior" e "pura", independente do sagrado e da ordem religiosa – uma utopia que, de resto, já se revelou vã, porque peca por pretender dispensar a intermediação superior, quando na verdade a verdadeira vocação espiritual é algo raro e nobre e o princípio de hierarquia tampouco pode ser dispensado.
    “Em nossos dias, na inten­ção de ele­var a so­ciedade humana ao nível do ideal religioso, se re­­­baixa a religião ao nível do que é huma­namente a­cessível e ra­cio­nal­mente re­alizável, mas que nada é, tanto desde o ponto de vista de nossa inteligência in­­­te­gral como de nossas possibilidades de imor­ta­li­dade. O exclusiva­mente hu­ma­no, longe de poder-se manter em equilíbrio, conduz sempre ao in­­fra-humano.”

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  6. São Pau­lo não tinha neces­sidade nem do tomismo nem das ca­tedrais, pois to­das as pro­fun­didades e to­­dos os esplendores se en­con­tra­vam em si mes­­mo e ao seu redor na san­tidade da comu­ni­dade pri­mi­ti­va. E isto, lon­­ge de sustentar a icono­clas­tia de qualquer gênero, se vol­ta perfei­ta­mente contra ela: as épocas mais ou menos tardias –e a Ida­­de Média era uma de­las– têm necessidade de uma maneira impe­ri­o­­sa das ex­te­riorizações e de­sen­volvi­men­tos. Exatamente como a água de uma fonte, a fim de perder-se no curso de seu ca­mi­nho, necessita um ca­nal feito pela natureza ou a mão do ho­mem; e assim como o canal não trans­for­ma a água nem se espera que o faça –pois nenhuma água é me­lhor que a água do manancial–, as ex­te­ri­­orizações e desenvolvimentos do patrimô­nio es­pi­ritu­­al estão, não para alterar este último, se­não para trans­­mi­tí-lo da maneira mais íntegra e eficaz possível.”
    O homem moderno olha para trás com temor e reprovação, sem ter em conta o que eram os valores e as conquistas espirituais da Antiguidade. As próprias dificuldades da vida representavam para o homem antigo um motivo para olhar para Deus. E não tem sido este sempre o sentido das "prova­ções" do ca­­­­mi­­nho iniciático? É certo que o religioso é vocacional; mas também é verdade que uma certa austeridade sempre será positiva –sobretudo quando tivermos a Natureza por moldura...

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